D-manose

O que é D-manose

D-manose é um açúcar simples (monossacarídeo) encontrado em diversas frutas, como pêssego, maçã, laranja, mirtilo e cranberry, capaz de inibir a adesão da bactéria escherichia coli no trato urinário, aumentando sua eliminação e com isso tratando e prevenindo infecções urinárias.

Como a D-manose atua no organismo?

Mais de 90% das infecções urinárias são ocasionadas pela Escherichia coli, presente do intestino até a região anal. Esse tipo de infecção é mais comum nas mulheres, devido a uretra da mulher ser mais curta que a do homem, facilitando a migração da E. coli da região anal até chegar à bexiga.

A parede celular dessas bactérias contém fímbrias que se aderem fortemente a receptores glicoproteicos no epitélio do trato urinário. A D-manose tem uma estrutura semelhante a esses receptores glicoproteicos. Agindo por inibição competitiva, ela impede a ligação dessas fímbrias. Dessa forma, a bactéria que não consegue aderir-se nas paredes celulares do urotélio é eliminada facilmente pela urina.

A D-manose quando ingerida é absorvida em cerca de 30 minutos e em seguida excretada pela urina.

Diabéticos e gestantes podem tomar?

Sim, a D-manose apresenta-se como um açúcar não metabolizado (não pode ser transformado em glicogênio), e não interfere na regulação do açúcar no sangue. Entretanto, para grupos especiais como gestantes e diabéticos é sempre recomendado acompanhamento profissional para adequação da dose e do tratamento a cada paciente.

Estudos que comprovam sua ação

Estima-se que 50% das mulheres já apresentaram pelo menos 1 episódio de infecção urinária na sua vida. As infecções recorrentes no trato urinário são definidas como 2 episódios de infecção dentro de um período de 6 meses ou 3 ou mais infecções em 1 ano. Acredita-se que acometa cerca de 35 a 53% das mulheres que já foram tratadas dentro de 1 ano.

Em um trabalho realizado com 43 mulheres com infecção urinária, a ingestão de 1,5g de D-manose 2x ao dia por 3 dias, e em seguida 1 vez por dia durante 10 dias, obteve melhoras nos sintomas clássicos de cistite. Após avaliação, apenas 4,5% das pacientes que continuaram a receber D-manose como profilaxia tiveram recorrência de cistite, contra 33,3% das pacientes que receberam placebo.

Os benefícios da D-manose em infecção urinária também puderam ser comprovados em um estudo realizado com 308 mulheres com histórico recorrente e por um período de 6 meses.

Essas mulheres foram divididas em 3 grupos: o primeiro recebeu 2g/dia de D-manose; o segundo, 50mg de nitrofurantoína e o terceiro recebeu placebo.

O resultado mostrou que o uso de D-manose como profilaxia apresenta resultados semelhantes ao antibiótico, visto que 15% das pacientes tratadas com D-manose apresentaram recorrência de infecção urinária, contra 21% das que usaram nitrofurantoína e 62% do placebo.

Porém, as mulheres tratadas com nitrofurantoína relataram episódios de efeitos colaterais como diarreia, náuseas e ardor vaginal, diferente das que utilizaram D- manose.

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