Magnésio

O que é?

O magnésio é o segundo cátion intracelular mais abundante e cofator para mais de 300 enzimas essenciais relacionadas ao bom funcionamento de uma série de tecidos e órgãos dos sistemas cardiovascular, neuromuscular e nervoso.

O organismo de um adulto saudável tem, em média, de 21 a 28g desse mineral distribuídas da seguinte forma: 65% nos ossos, 34% nos músculos e cerca de 1% nos fluídos plasmáticos e intersticiais. A concentração normal no plasma é mantida entre 1,7 e 2,4mg/dL sendo que 60% encontra-se livre e biologicamente ativo e o restante permanece ligado a proteínas como albumina.

Principais fontes de magnésio

Segundo a Dietary Reference Intakes (DRIs), a recomendação diária de magnésio é de 310 a 320mg para mulheres e 400 a 420mg para homens. Mas foi observado que as pessoas não estão aderindo a uma dieta que contemple uma quantidade ideal de magnésio. Além disso, as características nutricionais do solo também estão apresentando baixo teor desse elemento.

Estudos apontam que o brasileiro ingere, em média, 161,9 ± 101,3mg/dia de magnésio, e diversos dados mostram que essa redução no consumo do mineral tem levado ao aumento do risco de desenvolvimento da resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares, e está relacionada a desordens neuromusculares e no metabolismo ósseo, arritmias cardíacas, hipertensão arterial, diminuição da memória e cognição, aterogênese e eclâmpsia.

Cerca de 30 a 50% da ingestão de magnésio proveniente da alimentação é absorvida ao longo de todo intestino. O organismo mantém a homeostase dos níveis de magnésio de várias maneiras: pela absorção durante o TGI (trato gastrointestinal), reabsorção e excreção pelos rins e regulação pelo tecido ósseo que estoca o nutriente e supre órgãos vitais. Algumas substâncias como vitamina D, calcitonina, aldosterona e glucagon influenciam também na absorção e reabsorção do magnésio.

Aprendizagem e memória

A presença de magnésio no cérebro é capaz de aumentar as funções sinápticas de curto prazo e potencializar as de longo prazo, agindo no processo de memória e aprendizado.

O magnésio treonato foi desenvolvido com intuito de ultrapassar a barreira hematoencefálica, atingindo o cérebro em maior quantidade. Um estudo publicado na revista Neuron mostra que é possível quantificar uma porção maior de magnésio no líquido cerebroespinhal quando a suplementação é feita com magnésio treonato ao invés do cloreto ou gluconato, conforme pode ser visto na figura abaixo.

Enxaqueca

Estudos relatam que o uso de magnésio pode promover benefícios no tratamento de enxaqueca. Em um ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, pesquisadores avaliaram os efeitos do magnésio nos sintomas da enxaqueca por 12 semanas e verificaram redução nas crises. De maneira geral, os trabalhos usaram o magnésio na forma de óxido, citrato ou quelado, com doses de 400 a 600mg/dia.

Alzheimer

Um estudo proposto por Barbagallo e colaboradores (2011), mostrou que houve uma redução dos níveis de magnésio ionizado nas amostras de sangue dos indivíduos com doença de Alzheimer.

Um trabalho publicado no Journal of the American Geriatrics também verificou que uma dieta rica em potássio, cálcio e magnésio, realizada em 1081 homens, com idade superior a 60 anos e sem diagnóstico de demência, concluiu que quanto menor a ingestão desses elementos maiores são as taxas de demência.

Acidente vascular cerebral (AVC)

Em um trabalho de revisão bibliográfica publicado no Journal of the American Geriatrics concluiu-se que a suplementação de cerca de 100mg/dia de magnésio está associada a uma redução de 8% do risco de AVC.

Pressão arterial

O magnésio está envolvido no controle da pressão arterial por impedir a despolarização do cálcio e conduzir a contração muscular.

No entanto, há necessidade de um contrabalanço de cálcio e magnésio para o bom funcionamento do coração, evitando ataques, derrames e morte súbita. Acredita-se que a proporção ideal seria de 1:1, pois o cálcio é capaz de contrair os músculos e o magnésio, relaxar.

Um trabalho de revisão bibliográfica publicado no Europeu Journal of Clinical Nutrition mostrou que a ingestão média de magnésio é capaz de reduzir cerca de 3 a 4mmHg a pressão sistólica e 2 a 3mmHg a pressão diastólica. No geral os trabalhos utilizaram doses de 120mg a 973mg/dia com média de 410mg/dia, sendo que doses mais elevadas levaram a maiores reduções na pressão arterial.

Diabetes tipo 2

O magnésio tem um papel fundamental no metabolismo da glicose e insulina tornando a associação do mineral com o diabetes tipo 2 motivo de amplos estudos.

Um estudo com 60 participantes realizado por 3 meses mostrou que a ingestão de 300mg/dia de cloreto de magnésio melhorou significativamente a sensibilidade à insulina no grupo suplementado. Inclusive, o uso do mineral foi capaz de reduzir o risco do desenvolvimento de dislipidemias em pacientes obesos propensos.