Atividade física como promotora de saúde mental
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Opções de tratamento da ansiedade
Atividade física e ansiedade
Panorama da depressão na sociedade
Atividade física e depressão
Atividade física, neuroplasticidade e saúde mental
Atividade física, inflamação, estresse oxidativo e ansiedade
Atividade física, inflamação e depressão
Estímulo para a prática esportiva
Pre-Action
Quantum Leap
D-Ribose
Blissful
Referências bibliográficas
A combinação do excesso de estímulos da vida moderna com toda a apreensão causada pela pandemia global de Coronavírus sedimentou a busca por saúde mental como um dos principais desafios da humanidade. Segundo pesquisa encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito ao longo de 2020.
Nesse cenário de crescimento vigoroso, cada vez mais profissionais de saúde vêm aplicando abordagens alternativas, como o estímulo à atividade física regular, para prevenir e controlar transtornos mentais como ansiedade e depressão. E para melhor entender a relação entre a prática de exercícios físicos e a promoção da saúde mental, selecionamos trabalhos que estudaram a dinâmica dessa conexão e mediram seus benefícios. Confira.
Panorama da ansiedade na sociedade
A ansiedade é caracterizada pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle. Pode vir acompanhada por sintomas como inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
O percentual de indivíduos com transtorno de ansiedade que procuram atendimento é considerado baixo. Uma possível explicação é que os sintomas associados aos transtornos de ansiedade são comumente interpretados como respostas normais à adversidade social. Além disso, modelos causais biomédicos rigorosos são considerados escassos.
Opções de tratamento da ansiedade
Os tratamentos mais comuns para transtornos de ansiedade incluem antidepressivos, como inibidores seletivos da recaptação da serotonina, e terapia cognitivo-comportamental. No entanto, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina podem ter efeitos colaterais negativos, como aumento de peso, agressividade e suicídio. Ao mesmo tempo, a terapia cognitivo comportamental tem sido apenas moderadamente eficaz, com a necessidade de identificação de tratamentos mais eficazes.
Atividade física e ansiedade
O treinamento físico estruturado e repetitivo é eficaz na redução dos sintomas de ansiedade em pessoas com e sem transtornos de ansiedade, incluindo aquelas com doença crônica. Essa é uma das conclusões de uma revisão sistemática e meta-análise publicada em American Journal of Preventive Medicine.
Com base em 24 estudos – que analisaram mais de 80.000 indivíduos – a pesquisa encontrou evidências que demonstraram os benefícios do exercício por si só, ou como um aditivo a outros tratamentos, para pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada e sintomas de ansiedade.
Uma das hipóteses biológicas levantadas para a associação entre atividade física e redução da ansiedade é a de que as pessoas com transtorno de ansiedade generalizada e fobia social exibem volumes hipocampais diminuídos, enquanto há um corpo crescente de literatura demonstrando que o exercício pode melhorar o funcionamento e o volume do hipocampo.
Em outra linha, uma revisão narrativa abrangente concluiu que inflamação, estresse oxidativo e de nitrogênio, e a consequente alteração nas neurotrofinas, neurogênese e neuroplasticidade, podem desempenhar um papel na patogênese dos transtornos de ansiedade, e a atividade física é recomendada por influenciar as mesmas vias.
Panorama da depressão na sociedade
A depressão é a principal causa de incapacidade no mundo, afetando 322 milhões de pessoas. Seu diagnóstico de depressão é feito a partir da observação de sintomas. Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, a depressão se caracteriza pela presença, por mais de duas semanas, de:
Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias e
Anedonia: perda de interesse por atividades anteriormente apreciadas.
Além disso, esses sintomas devem estar acompanhados de três dos sintomas abaixo:
Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;
Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade;
Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se;
Idéias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
Assim como nos casos de ansiedade, o tratamento para a depressão também é amplamente baseado nos inibidores seletivos da recaptação da serotonina. No entanto, dados mostram que esses medicamentos são totalmente eficazes apenas para um terço dos pacientes deprimidos, o que ressalta a necessidade de novas abordagens terapêuticas.
Atividade física e depressão
Segundo uma revisão sistemática e meta-análise que compreendeu 111 estudos – com a participação de mais de 3 milhões de indivíduos -, a associação entre atividade física e menor probabilidade de depressão foi observada não apenas em casos incidentes, mas também para pessoas com sintomas subclínicos de depressão.
Assim, como a depressão é um continuum de normal à função patológica, uma associação favorável entre atividade física e os sintomas depressivos subclínicos pode fornecer proteção clínica para pessoas com risco de depressão incidente.
Além disso, concluíram que qualquer nível de atividade física atenua o risco de depressão, mas níveis moderados e elevados de atividade estão mais associados a um risco menor. Constatadas entre adultos, essas conclusões independem do sexo, idade, período de acompanhamento ou país da pesquisa.
Atividade física, neuroplasticidade e saúde mental
Como a natureza dinâmica do cérebro é sustentada pelo conceito de neuroplasticidade (capacidade do cérebro de mudar e se reorganizar em resposta a influências), os distúrbios cerebrais podem, até certo ponto, ser considerados doenças da neuroplasticidade. Assim, estimular a neuroplasticidade está se tornando uma abordagem popular para estimular a saúde mental.
De acordo com uma revisão publicada em Frontiers in Human Neuroscience, o exercício aeróbio pode ter forte influência na indução da neuroplasticidade e na promoção do desempenho cognitivo. De acordo com a literatura analisada, a neurogênese, a plasticidade sináptica e a vascularização dentro do hipocampo representam os três mecanismos neuroplásticos primários que são estimulados pelo exercício aeróbio para promover o funcionamento hipocampal.
Isso é importante para a promoção da saúde mental, uma vez que o hipocampo, por meio da sua densa conectividade com o córtex pré-frontal e a amídala, está ligado à regulação emocional. Além disso, desempenha um papel importante na regulação da inibição de feedback do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Assim, o bom funcionamento do hipocampo pode contribuir para impulsionar a regulação do processamento emocional e respostas ao estresse, que são funções deficitárias em pacientes com depressão.
A nível celular, a literatura sugere que a neurogênese, a plasticidade sináptica e a vascularização dentro do hipocampo representam os três mecanismos neuroplásticos primários que são estimulados por exercícios aeróbicos para promover o funcionamento hipocampal.
Em via de mão dupla, o estudo indica que os medicamentos antidepressivos podem ser úteis para “preparar” os pacientes com depressão para responder melhor a uma intervenção com exercícios aeróbicos. Por outro lado, as intervenções com exercícios aeróbicos podem ajudar a combater efeitos colaterais induzidos pelos medicamentos.
Atividade física, inflamação, estresse oxidativo e ansiedade
Tanto o estresse agudo quanto o crônico são conhecidos indutores de estados pró-inflamatórios, facilitando a proliferação excessiva de citocinas pró-inflamatórias. Algumas citocinas pró-inflamatórias podem modular diretamente os níveis de serotonina por meio da indução de indoleamina-2,3-dioxigenase, que leva à depleção de triptofano e serotonina e à produção de catabólitos de triptofano, incluindo quinurenina e ácido quinolínico. Essas substâncias são ansiogênicas e depressogênicas e são conhecidas por induzir estresse oxidativo e prejudicar os mecanismos respiratórios mitocondriais normais.
Segundo revisão publicada em Neuroscience and Biobehavioral Reviews, a atividade física demonstra efeitos protetores da neurogênese e de aumento dos fatores neurotróficos, incluindo BDNF e fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1). Dados os efeitos anti-neuroinflamatórios do IGF-1, esse pode ser outro mecanismo anti-neuroinflamatório da atividade física. Outras evidências apontam para um papel importante para o fator de crescimento endotelial vascular na mediação do efeito da atividade física na neurogênese.
Legenda:
AIC: citocina antiinflamatória; BDNF: fator neurotrófico derivado do cérebro; CMI: imunidade mediada por células; GPx: glutationa peroxidase; IL-1ra: antagonista do receptor da interleucina-1; IL-6: interleucina-6; IL-8: interleucina-8; IL-1β: interleucina-1-beta; IL-10: interleucina-10; IO&NS: estresse inflamatório, oxidativo e de nitrogênio; M-SOD: superóxido dismutase contendo manganês; MDA: malondialdeído; O2- : superóxido; O&NS: estresse oxidativo e de nitrogênio; RNS: espécies reativas de nitrogênio; ROS: espécies reativas de oxigênio; sIL-2R: receptor de interleucina-2 solúvel; SOD: superóxido dismutase; STAT-3: transdutor de sinal e ativador de transcrição 3; sTNF-R: receptor do fator de necrose tumoral solúvel; TBARS: substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico; TNFα: fator de necrose tumoral alfa; UNCP2: proteína desacopladora mitocondrial 2
Atividade física, inflamação e depressão
A inflamação foi identificada como um potencial contribuinte para o desenvolvimento da depressão, sugerindo que terapias anti-inflamatórias, como o exercício físico regular, podem ser eficazes na prevenção e controle dos sintomas depressivos.
As duas principais citocinas pró-inflamatórias implicadas no comportamento de doença e seus sintomas depressivos associados são fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucina-1 beta (IL-1β). Quando essas citocinas são injetadas perifericamente no sangue, elas entram no cérebro, ativam a microglia e amplificam a atividade das citocinas. Isso causa alterações no metabolismo dos neurotransmissores, na função neuroendócrina e nos sintomas comportamentais que são comuns em indivíduos com depressão maior, sugerindo que eles podem contribuir para a etiologia do transtorno.
Estudo clínico publicado em Biological Psychology examinou o efeito de seis semanas de treinamento físico na saúde mental e citocinas pró-inflamatórias de 61 indivíduos entre 18 e 30 anos classificados anteriormente como sedentários. O grupo é integralmente formado por estudantes universitários, que são conhecidos por apresentarem um risco maior de desenvolver depressão do que a população em geral.
Os alunos foram divididos em três grupos:
- Treinamento moderado contínuo
- Treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT)
- Grupo de controle sem treinamento.
Após seis semanas, os pesquisadores concluíram que, em uma população não clínica sob estresse persistente, o exercício de intensidade moderada reduziu sensivelmente os níveis de depressão, estresse percebido e indicadores de inflamação. Por outro lado, embora o exercício intervalado de alta intensidade tenha um efeito semelhante sobre os sintomas depressivos, ele induziu níveis mais elevados de percepção de estresse e inflamação.
Figura 1: O impacto da intensidade do exercício na saúde mental. Mudança na depressão, ansiedade e estresse percebido após o treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), treinamento contínuo de intensidade moderada (MCT) e sem exercício (CON).
Figura 2: O impacto da intensidade do exercício nas citocinas pró-inflamatórias. Mudança no TNF-α e IL-6 após seis semanas de treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), treinamento contínuo de intensidade moderada (MCT) e nenhum exercício (CON).
Estímulo para a prática esportiva
Mesmo com tantos benefícios comprovados, a prática regular de exercícios ainda é um desafio para muitos pacientes. Mesmo com recomendação médica, há uma grande resistência para criar e, principalmente, manter esse hábito. Parte dessa dificuldade está ligada a carências nutricionais, que desestimulam um bom desempenho esportivo. Conheça abaixo algumas sugestões de suplementos que podem impulsionar seus pacientes para obter ganhos de saúde através da prática esportiva.
Pre-Action – Suplemento com componentes que atuam no fornecimento prolongado de energia no metabolismo energético, na hidratação e no funcionamento muscular. Sua formulação inclui Palatinose™ (carboidrato de baixo índice glicêmico), Magnésio Taurato (TauroMag®), betaglucana de levedura, extrato aromático de chá verde, gengibre integral e pimenta (Capsiate®), vitaminas do complexo B, minerais e eletrólitos. Conheça o Pre-Action.
Quantum Leap – Alternativa saudável aos refrigerantes ou bebidas energéticas cheias de açúcar e estimulantes artificiais. Com guaraná, chá verde, gengibre orgânico e gengibre tailandês, L-Taurina, Palatinose™ e D-Ribose, atua no metabolismo energético, no funcionamento muscular, no fornecimento prolongado de energia e no fornecimento de energia celular (ATP). Conheça o Quantum Leap.
D-Ribose – É um repositor energético de rápida absorção que pode ser utilizado no pré-treino como uma fonte imediata de energia e no pós-treino para recuperação dos estoques de energia celular (ATP). Conheça a D-Ribose.
Blissful – Formulada com L-Carnitina e Coenzima Q10, entre outros ingredientes, atua na geração de energia em nível celular. Por não fornecer energia diretamente, pode ser indicado para pacientes que desejam estimular o consumo das reservas de energia do organismo enquanto praticam atividade física controlada. Conheça a Blissful.
McDowell CP, Dishman RK, Gordon BR, Herring MP. Physical Activity and Anxiety: A Systematic Review and Meta-analysis of Prospective Cohort Studies. Am J Prev Med. 2019 Oct;57(4):545-556.
Dishman RK, McDowell CP, Herring MP. Customary physical activity and odds of depression: a systematic review and meta-analysis of 111 prospective cohort studies. Br J Sports Med. 2021 Aug;55(16):926-934.
Kandola A, Hendrikse J, Lucassen PJ, Yücel M. Aerobic Exercise as a Tool to Improve Hippocampal Plasticity and Function in Humans: Practical Implications for Mental Health Treatment. Front Hum Neurosci. 2016 Jul 29;10:373.
Moylan S, Eyre HA, Maes M, Baune BT, Jacka FN, Berk M. Exercising the worry away: how inflammation, oxidative and nitrogen stress mediates the beneficial effect of physical activity on anxiety disorder symptoms and behaviours. Neurosci Biobehav Rev. 2013 May;37(4):573-84.
Paolucci EM, Loukov D, Bowdish DME, Heisz JJ. Exercise reduces depression and inflammation but intensity matters. Biol Psychol. 2018 Mar;133:79-84.
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