Fontes de proteína em uma dieta Plant-Based

Estamos comendo menos carne. Isso é o que nos mostram os números do Ibope, apontando que cerca de 28% da população brasileira está mudando seus hábitos alimentares e restringindo o consumo de carne no seu cardápio.

No Brasil, já são 30 milhões de pessoas adotando uma dieta vegetariana e um número significativo destes, já se diz vegano.

Para suprir as necessidades de proteínas do organismo, as maiores fontes vegetais são as leguminosas, oleaginosas, grãos, cereais e sementes.

O perfil de aminoácidos de determinadas fontes vegetais apresenta grande similaridade e equivalência às fontes de origem animal e pode se tornar ainda mais completo quando há a combinação entre diferentes fontes vegetais.

Além de fornecerem os macronutrientes (proteínas, gorduras, fibras e carboidratos) que correspondem a base da alimentação humana, as plantas contêm ainda vitaminas, minerais, enzimas e inúmeros compostos bioativos.

ENTRE AS LEGUMINOSAS, A ERVILHA SE DESTACA POR APRESENTAR

  1. Rico perfil de aminoácidos essencial

  2. Boa digestibilidade

  3. Além de ser uma fonte sustentável,
    já que o cultivo devolve nitrogênio para o solo

  4. Promove maior efeito sacietogênico

A ERVILHA CONTÉM:

Alta concentração proteica (em torno de 84%)
Baixas quantidades de gordura
Presença mais pronunciada de nutrientes importantes aos veganos e vegetarianos, como minerais e os aminoácidos:
L-GLICINA
L-PROLINA
L-ALANINA
Representam importante papel na adequada nutrição vegana já que participam da formação de colágeno
L-FENILALANINA
Participa da formação de neurotransmissores cerebrais importantes no humor como a dopamina, epinefrina e norepinefrina.
L-ARGININA
Aminoácido essencial na síntese de óxido nítrico - substância que promove uma função endotelial saudável através da dilatação e relaxamento dos vasos sanguíneos.
Aminoácidos precursores da creatina - importante substrato do metabolismo energético.
Veganos e vegetarianos podem apresentar carência de creatina, já que sua principal fonte alimentar é a carne vermelha.
L-FENILALANINA
L-ARGININA
Promovem o aumento da saciedade

ENTRE AS OLEAGINOSAS, DESTACA-SE
A AMÊNDOA. ELA FORNECE UMA COMBINAÇÃO
DE MACRO E MICRONUTRIENTES

Tal combinação, além de fornecer proteína, proporciona melhora do perfil lipídico, auxiliando na função cardiovascular. Este benefício é alcançado através da pronunciada quantidade do aminoácido l-arginina. Ela pode aumentar o controle glicêmico e a saciedade, tornando-se uma boa alternativa também para diabéticos e pessoas com restrição no consumo de calorias.

Pesquisas também apontam que o consumo de amêndoas pode estar ligado à redução do colesterol LDL. Isso porque alguns nutrientes presentes nas amêndoas regulam as enzimas envolvidas na produção de ácidos biliares. Assim, foi registrada diminuição da absorção e aumento da eliminação de colesterol.

Outros estudos indicam que o extrato metanólico de amêndoas possuem atividades antioxidantes, enquanto o extrato fenólico pode ser útil na prevenção ou desaceleração dos processos de várias doenças relacionadas ao estresse oxidativo.

DEMAIS BENEFÍCIOS NUTRICIONAIS DA AMÊNDOA

CONTROLE DE DIABETES

CÉREBRO SAUDÁVEL

FORTALECIMENTO
DOS MÚSCULOS

REDUÇÃO DOS RISCOS
DE ATAQUE CARDÍACO

MELHORA
A DIGESTÃO

CONTROLE DA PRESSÃO SANGUÍNEA

CONTROLE DE PESO

CRESCIMENTO
SAUDÁVEL DO FETO

CABELOS MAIS FORTES

OUTRAS FONTES DE PROTEÍNA VEGETAL

Historicamente, o arroz e a soja ganharam reconhecimento como fontes de proteína vegetal. Porém, elas podem apresentar riscos. No caso do arroz, o risco potencial está no acúmulo do metal pesado Arsênio (AS) na água utilizada para imersão do cultivo. Já a soja pode ter sido gerada por sementes modificadas geneticamente, alterando a sua composição nutricional. Estudos mostram que pode haver diminuição da presença dos fitoestrógenos genisteína e daidzeína, que atuam na prevenção de doenças.

CONCLUINDO

O movimento de pessoas que estão abrindo mão do consumo de carne é global. Seja por ideologia ou estilo de vida, cada vez mais aumenta o número daqueles que se declararam veganos. Este é um comportamento tão dinâmico que fica difícil até acompanhar e mensurar o crescimento desse público.

Segundo o Google, em quatro anos, houve um crescimento de 1.000% na procura pelo termo “vegano”. Estima-se, que nos EUA, cerca de 50% dos vegetarianos se declararam veganos. Enquanto no Reino Unido este número chegue a 33%. No Brasil, até 2018, sugeria-se a existência de 7 milhões de veganos.

Diante destes dados e dos fatores de desestímulo ao consumo de carne, é possível imaginar que a tendência deste comportamento, deve continuar em forte alta nos próximos anos.

Cabe a nós, profissionais da saúde e da indústria entendermos melhor nossos clientes e sabermos como nos prepararmos para o futuro.

Principais artigos que basearam este texto