Pirroloquinolina quinona (PQQ)

O que é a PQQ?

A PQQ (Pirroloquinolina Quinona), também conhecida como metoxantina, é uma orto-quinona tricíclica que atua como um importante cofator para reações de redução-oxidação catalisadas por enzimas desidrogenases procarióticas, como a álcool e glicose desidrogenase. Apesar de não ser biossintetizada em mamíferos, a PQQ deriva do metabolismo de microorganismos e pode ser encontrada em diversas fontes alimentares, incluindo soja fermentada (natto), chá verde, pimentão verde, salsa, kiwi e leite humano.

Apresentações disponíveis:

Atuação no organismo

A PQQ atua como um antioxidante potente e modula vias de sinalização celular relacionadas a vários processos fisiológicos, como o metabolismo energético celular e a biogênese mitocondrial. Consequentemente, sua suplementação tem se mostrado benéfica para a melhora do desempenho físico, da capacidade cognitiva e da resposta imunológica, além de reduzir os efeitos danosos provocados pelo envelhecimento normal ou por processos patológicos, como em doenças neurodegenerativas.

Seu envolvimento nas vias de sinalização celular, particularmente aquelas importantes para a mitocondriogênese em modelos animais experimentais, pode justificar que se considere como vital para a sobrevivência celular, visto que estudos nutricionais em camundongos e ratos que tiveram uma dieta privada de PQQ desencadearam diversas respostas sistêmicas, incluindo déficit no crescimento, capacidade de resposta imunológica comprometida, desempenho reprodutivo anormal.

Indicações

Conhecida em diversas literaturas pelo seu alto poder antioxidante e podendo realizar milhares de transferências de elétrons antes de ser destruída, a PQQ é capaz de catalisar ciclos contínuos (a capacidade de realizar reações de oxidação e redução repetidas) em um grau muito maior do que outros antioxidantes, como por exemplo, realizar 20.000 conversões catalíticas em comparação com apenas 4 para vitamina C.

Inclusive, promove a biogênese de mitocôndrias (formação de novas mitocôndrias em células envelhecidas ou danificadas) e aumenta o nível de energia através da preservação da função mitocondrial.

Diversos estudos têm sido conduzidos, avaliando a melhora da aprendizagem, otimização da função cognitiva, memória de curto prazo e capacidade de concentração, além de estudos na redução do risco de diabetes tipo 2, Alzheimer e ativação do sistema imunológico.

A PQQ atua também na ativação da AMPk, uma enzima encontrada dentro das células vivas que age como um “interruptor regulador mestre” no metabolismo energético. Baixos níveis de atividade AMPk estão associados ao envelhecimento acelerado, obesidade, aumento da gordura visceral, resistência à insulina, aumento de colesterol e triglicerídeos, neurodegeneração, insuficiência e disfunção mitocondrial.

Estudos clínicos em humanos

Não há relatos de efeitos adversos quando a PQQ é administrada pela via oral em dosagens diárias de 20-60mg em uso a curto prazo.

O FDA realizou uma nova revisão na literatura para o GRAS Notice 709 (2018) e desde a última revisão em 2016, apenas um estudo clínico em humanos foi publicado e incluído no documento. Nakano, não observaram efeitos adversos quando idosos saudáveis consumiram 20mg/dia durante 12 semanas. No documento GRAS Notice 641 e 625 nenhum estudo clínico relatou efeitos adversos da PQQ Na2. Doses diárias de até 60mg foram bem toleradas.

E em uma outra pesquisa, conduzida por Itoh, a qual foi realizada para avaliar os efeitos da PQQ Na2 em funções cognitivas em um grupo de idosos saudáveis, onde os participantes receberam uma dosagem de 20mg por 12 semanas por via oral, não foram relatados efeitos adversos em nenhum ponto do estudo.

Para a administração via injetáveis, até o momento não há estudos clínicos em humanos publicados. Na prática clínica, os efeitos adversos conhecidos incluem intenso calor corporal, em especial na região pélvica, dor no local da aplicação, cefaleia, enjoo, tontura e prurido local.

Determinados pacientes podem apresentar uma maior suscetibilidade a eventos adversos. Vale ressaltar que a taxa de absorção de fármacos e possíveis reações adversas em tratamentos injetáveis são variáveis e multifatoriais, podendo sofrer influência pelas características do princípio ativo, veículo, excipientes da formulação, volume de diluição, profundidade da aplicação, local da injeção, técnica e, também, pode sofrer influência pelas características individuais do paciente, como vascularidade tecidual local, grau de vasodilatação, taxa de perfusão e hipersensibilidade aos componentes. Dessa forma, sugere-se que o tratamento seja iniciado com dosagem de 2,5mg.

Administração injetável Pirroloquinolina Quinona

Para administração intramuscular da PQQ, recomenda-se que a aplicação seja realizada de forma profunda e lenta (região mais vascularizada) com aplicação pela técnica em Z, reduzindo possível desconforto e o escape da medicação no local da entrada da agulha. A injeção deve ser feita a uma velocidade de 1mL a cada 10 segundos. Essa velocidade oferece tempo às fibras musculares para que se expandam e contenham a solução no local correto.

Para administrações pela via intravenosa, os parâmetros de gotejamento devem ser acompanhados e iniciados preferencialmente de forma lenta, avaliando a individualidade e resposta do paciente.